Mulheres
Unidas
Lutadoras
Heroicas
Eternas
Revolucionarias
Exigem
Socialismo
Em todas as épocas as mulheres sempre foram bravas guerreiras lutando contra as adversidades da vida.
Quando passa a existir a propriedade privada, elas passam a lutar também contra a opressão e a exploração que se instala na sociedade.
Na segunda metade da Idade Média e no início da Idade Moderna, com o predomínio da Igreja Católica começando a ser questionado, as mulheres que já eram consideradas seres inferiores, passam também a serem consideradas seres demoníacos e são perseguidas e queimadas na fogueira ou mortas das maneiras mais crueis para que servissem de exemplo ao conjunto da população para que ela continuasse submissa as ordens da Igreja e da Nobreza. No caso da Nobreza, esta se valia de sua aliança com a Igreja para não sofrer as punições que esta impunha à sociedade. E foram as mulheres pobres e trabalhadoras quem mais sofreram.
Daremos aqui alguns exemplos de mulheres que foram punidas por “desobedecerem” as “normas” da Igreja:
Joan Peterson, veterinária, enforcada em 1652;
Isobel Insch Taylor, conhecedora de ervas, queimada viva em 1645;
Maria Walburga Rung, julgada numa corte civil de Mannheim, por ser bruxa, libertada por ser considerada “só uma prostituta”. Ao ser presa novamente, foi julgada novamente pela corte episcopal e torturada até confessar. Depois foi queimada viva em 1773, aos 22 anos de idade;
Irmã Maria Renata Sanger, vice-provincial de um convento em Unter-Zell, acusada de ser lésbica; o documento que certifica a tortura dela leva o escudo dos jesuítas e as palavras em latim “Ad majorem Del glorian”, ou seja “A glória de Deus”;
Verônica Zerritsch, obrigada a dançar nas cinzas mornas da mãe, que havia sido executada; depois ela mesma foi queimada viva em 1754, aos 13 anos.
E não era somente a Igreja que se aproveitava da opressão e da exploração das mulheres para se manter no domínio, a Nobreza também tinha suas “regras” para se aproveitar das servas. Uma delas era que quando uma serva se casasse, a primeira noite depois do casamento deveria ser com o nobre para quem ela e seu marido trabalhavam! E sendo neste período da história que as cidades eram muito pequenas e as pessoas viviam nos feudos, não tinha como escapar destes “costumes e regras”.
Ao final da Idade Moderna e início da Idade Contemporânea, começa a surgir o embrião do que viria a ser o capitalismo e mais uma vez as mulheres pobres são as prejudicadas.
Quando a manufatura passa a ser indústria, o capitalista percebe que a mão-de-obra feminina é mais barata, além de ser mais fácil exercer o domínio sobre as mulheres. Isto não quer dizer que as mulheres aceitavam tudo caladas. Sempre houve luta e denuncia dos agressores, desde a antiguidade até nossos dias. E é esta coragem de denunciar e lutar contra os agressores, opressores e exploradores que faz a diferença entre as feministas burguesas e as feministas trabalhadoras.
Nós lutamos e denunciamos o sistema que nos oprime, agride e explora e lutamos também para que uma nova ordem se estabeleça em todo o planeta, onde mulheres e homens não tenham apenas os mesmos direitos numa óptica puramente sexista, mas enquanto seres humanos e temos a convicção que isto só se dará plenamente no socialismo e é esta a grande batalha de nossas vidas.
Lutar pelo socialismo pode parecer a primeira vista uma utopia, mas quando olhamos a nossa volta e vemos miséria, fome, doenças e agora uma grande crise econômica mundial que tende a se aprofundar mais no próximo período ao contrário do que dizem os “líderes” mundiais, incluindo aí o presidente Lula, percebemos que o sistema capitalista e hoje o imperialismo são incapazes de oferecer a todos os povos uma vida digna e plena, onde as pessoas possam desenvolver totalmente sua capacidade intelectual, criativa e de trabalho. Por esta razão é que afirmamos que utopia é esperar que “as coisas melhorem” dentro deste sistema que divide a sociedade por classes além de especificidades que são inerentes aos seres humanos como sexo, cor, religião, etc..
Mulheres em Luta chama você, mulher ou homem trabalhador de toda e qualquer orientação sexual, raça ou religião para se juntar a nós nesta grande luta.
Eliana Penha – Movimento Mulheres em Luta.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
A origem da opressão feminina
Em seu livro A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Friedrich Engels aponta que a opressão da mulher não tem origem no capitalismo, mas sim na origem da propriedade privada. Quando os humanos passaram de coletores a agricultores e destes a criadores de gado e outros animais, a sociedade que ainda estava nos estágios pré-históricos da civilização começa a modificar-se drasticamente.
O que antes parecia aos nossos olhos uma barbárie, era na verdade o comunismo primitivo, onde homens e mulheres exerciam papéis de igual importância na família que nesta época era coletiva. Homens e mulheres se relacionavam livremente, tinham responsabilidades de igual importância e por viverem em coletividade e não em casais só se sabia a procedência dos filhos através da linhagem materna. Desta forma as mães e os pais eram igualmente responsáveis por todas as crianças.
Aos homens desta época eram destinadas as tarefas de caça e coleta de frutos e as mulheres produziam utensílios domésticos, roupas feitas de pele de animais que elas secavam e costuravam e, mais adiante desenvolveram a agricultura e a domesticação de alguns animais além do cuidado das crianças.
A mulher era então muito considerada e constituía um grande poder dentro dos clãs, podendo inclusive destituir um chefe e rebaixá-lo a condição de simples guerreiro (Morgan, Ancient Society, citado por Engels)
Os casamentos poderiam ser desfeitos a qualquer momento e cada um ficava com seus instrumentos de trabalho, porem com as mulheres ficavam também os filhos por serem reconhecidos pela linha materna. Isto de forma alguma trazia prejuízos para a mulher, pois além dos casamentos serem grupais, todos os outros homens continuava sendo pais das crianças e a vida seguia sem problemas.
A partir do momento que os homens começaram a criar gado, ovelhas, camelos, etc., a situação da mulher começa a mudar, pois como já vimos os instrumentos de trabalho em caso de separação e agora também por morte do homem, tudo que a ele pertencia volta aos seus parentes por parte de mãe, já que a descendência era contada por linha materna. Neste momento acontece uma transformação na forma dos casamentos, pois com o aumento da produção de alimentos e sendo o homem o principal produtor, passou a ser “necessário” saber quem era o pai biológico para que o filho pudesse receber a herança que já não era mais propriedade coletiva e sim privada.
Neste momento da história a mulher tem sua primeira grande derrota, pois agora não é ela quem determina a descendência e sim o homem, sua importância na sociedade é reduzida drasticamente.
A propriedade privada e a nova forma de casamento (a monogamia para as mulheres) submetem a mulher totalmente ao homem que precisa ter a certeza de que os filhos são de fato seus, a liberdade de escolha de parceiros já não existe e a fidelidade é exigida a qualquer custo, além disso, o homem passa também a ter o poder sobre a vida da mulher que passa a ser nada mais que um objeto.
Deste momento até nossos dias a situação da mulher não tem sido nada fácil, a maioria das responsabilidades com a família – criação e educação dos filhos, cuidados com os mais idosos, cuidados com os afazeres domésticos e uma longa lista de etc. – é exclusivamente sua e se ela recusar-se a fazer corre o risco de ser espancada e morta como vemos todos os dias nos noticiários.
Por todos estes motivos e mais outros tantos que trataremos nos próximos textos é que fazemos um chamado a todas as mulheres para organizarmos a luta em torno de nossos direitos. Não queremos voltar ao comunismo primitivo, queremos avançar para uma sociedade justa e igualitária que será o socialismo. Vamos juntar nossas forças nesta luta que é muito árdua e extremamente necessária, mas que com certeza vale à pena.
O que antes parecia aos nossos olhos uma barbárie, era na verdade o comunismo primitivo, onde homens e mulheres exerciam papéis de igual importância na família que nesta época era coletiva. Homens e mulheres se relacionavam livremente, tinham responsabilidades de igual importância e por viverem em coletividade e não em casais só se sabia a procedência dos filhos através da linhagem materna. Desta forma as mães e os pais eram igualmente responsáveis por todas as crianças.
Aos homens desta época eram destinadas as tarefas de caça e coleta de frutos e as mulheres produziam utensílios domésticos, roupas feitas de pele de animais que elas secavam e costuravam e, mais adiante desenvolveram a agricultura e a domesticação de alguns animais além do cuidado das crianças.
A mulher era então muito considerada e constituía um grande poder dentro dos clãs, podendo inclusive destituir um chefe e rebaixá-lo a condição de simples guerreiro (Morgan, Ancient Society, citado por Engels)
Os casamentos poderiam ser desfeitos a qualquer momento e cada um ficava com seus instrumentos de trabalho, porem com as mulheres ficavam também os filhos por serem reconhecidos pela linha materna. Isto de forma alguma trazia prejuízos para a mulher, pois além dos casamentos serem grupais, todos os outros homens continuava sendo pais das crianças e a vida seguia sem problemas.
A partir do momento que os homens começaram a criar gado, ovelhas, camelos, etc., a situação da mulher começa a mudar, pois como já vimos os instrumentos de trabalho em caso de separação e agora também por morte do homem, tudo que a ele pertencia volta aos seus parentes por parte de mãe, já que a descendência era contada por linha materna. Neste momento acontece uma transformação na forma dos casamentos, pois com o aumento da produção de alimentos e sendo o homem o principal produtor, passou a ser “necessário” saber quem era o pai biológico para que o filho pudesse receber a herança que já não era mais propriedade coletiva e sim privada.
Neste momento da história a mulher tem sua primeira grande derrota, pois agora não é ela quem determina a descendência e sim o homem, sua importância na sociedade é reduzida drasticamente.
A propriedade privada e a nova forma de casamento (a monogamia para as mulheres) submetem a mulher totalmente ao homem que precisa ter a certeza de que os filhos são de fato seus, a liberdade de escolha de parceiros já não existe e a fidelidade é exigida a qualquer custo, além disso, o homem passa também a ter o poder sobre a vida da mulher que passa a ser nada mais que um objeto.
Deste momento até nossos dias a situação da mulher não tem sido nada fácil, a maioria das responsabilidades com a família – criação e educação dos filhos, cuidados com os mais idosos, cuidados com os afazeres domésticos e uma longa lista de etc. – é exclusivamente sua e se ela recusar-se a fazer corre o risco de ser espancada e morta como vemos todos os dias nos noticiários.
Por todos estes motivos e mais outros tantos que trataremos nos próximos textos é que fazemos um chamado a todas as mulheres para organizarmos a luta em torno de nossos direitos. Não queremos voltar ao comunismo primitivo, queremos avançar para uma sociedade justa e igualitária que será o socialismo. Vamos juntar nossas forças nesta luta que é muito árdua e extremamente necessária, mas que com certeza vale à pena.
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