quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Já não falta mais ninguém.

Este realmente será um ano memorável, finalmente todos os professores da rede pública de ensino foram lembrados pelo governo. Nós que sempre criticamos as políticas para a educação como sendo muito excludentes, mordemos a nossa língua, desta vez estão todos incluídos. Não importa se você é categoria F, L , O, readaptado ou efetivo, agora estamos finalmente todos juntos. Mas juntos em que, talvez você esteja se perguntando. Agora todos nós vamos nos preparar para o vestibular, não para trabalhar com os formando do Ensino Médio que tentam uma vaga na faculdade, mas sim para não perdermos nossos empregos.
É isso mesmo caros companheiros, agora todos os professores farão vestibular, e o premio é continuar a desfrutar as maravilhas do magistério na rede pública estadual de ensino. Já havia sido aprovado esse ano a provinha para os OFA´s, uma prova eliminatória que vai trazer desemprego e mais precarização para professores que dedicaram suas vidas a arte de ensinar. Para colocar a cereja no bolo, na madrugada de quarta-feira (21/10), foi aprovado o PLC 29, um novo plano de carreira para o magistério do Estado de São Paulo. Esse projeto se resume a mais um gigantesco ataque a categoria, agora para os efetivos, condicionando os reajustes salariais a aprovação do docente em diversas provas durante sua carreira profissional. Os professores que tirarem a nota mínima para a evolução no próximo nível funcional e estiverem entre os 20% melhor classificados podem ter alguma esperança de aumento salarial, mas a grande maioria da categoria amargará mais alguns anos, ou talvez a vida toda, sem praticamente nenhum tipo de ascensão funcional, e conseqüentemente, sem reajustes.
Essa é mais uma política do Governo Estadual, embasada no PDE do Governo Federal, que vem para tirar direitos dos professores e culpá-los pelo caos da educação publica. Enquanto o governo investe bilhões na iniciativa privada, a rede publica de ensino é relegada a sobreviver com a miséria de repasse do governo para a educação e da esmola que é a APM. É vergonhoso o que se tornou a educação no Estado de São Paulo e no Brasil como um todo.
Talvez uma das poucas coisas mais vergonhosas do que a educação, é a atuação pelega da Majoritária da APEOESP, a Articulação Sindical, setor ligado a CUT e ao PT, que simplesmente desistiu de dar combate a luta da categoria, não fazendo praticamente nada para construir uma mobilização forte, capaz de barrar os ataques que sofremos este ano.
Em breve entraremos em período eleitoral nas subsedes, neste momento devemos refletir muito sobre quem realmente está à frente das mobilizações para organizar e travar a luta e, quem está se aparelhando em sua estrutura e impedindo uma luta direta, capitulando para as políticas para a educação do Governo Federal e Estadual

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